sexta-feira, 1 de maio de 2009

Geração rasca, geração merda, ou geração Atrasada Mental

Este texto nao foi escrito por mim, ou nenhum dos meus colegas, recebi.o por mail, mas achei k expressava tao bem os meus sentimentos para com as televisoes e alguns grupos na sociadade que teve de aki por:


Geração rasca, geração merda, ou geração Atrasada Mental (vale a pena ler...)


!" A SIC montou uma gigantesca campanha de promoção para a sua nova
série/novela/monte de merda, que dá pelo nome de Rebelde Way.
Depois de anos a apanhar bonés, percebeu que a melhor maneira de combater a
morangada da TVI era...imitar. É lógico. Era inevitável.
Depois de 20 minutos a ver a nova série (o que me provocou uma crise de cólicas
da qual só um dia depois começo a recuperar) sinto-me preparado para uma> análise.
Bora lá. A fórmula é a mesma nos dois canais. Aqui fica a receita:

> 1 - Pitas boas. Muitas, quanto mais descascadas melhor (as séries de verão
> são, naturalmente, as melhores, porque eles vão todos juntos para a praia).
>
> 2 - Gajos "estilosos". A coisa divide-se em dois: há aqueles que têm quase 30
> anos mas fazem de adolescentes, e depois há os que são mesmo adolescentes.
> Estes últimos são aqueles que se levam a sério enquanto "actores".
> O requisito essencial para qualquer gajo que entre nestas séries é ter um
> penteado ridículo..
>
> 3 - O Rebelde Way tem gajas do norte. Fazem de gajas daqui, mas aquele sotaque
> é difícil de perder. Fica ridículo, mas as gajas são boas.
>
> 4 - Nos Morangos, a palavra "pessoal" é dita 53 vezes por minuto, normalmente
> inserida nas frases "Eh pá, pessoal!", no início de cada conversa, ou
> então "Bora lá, pessoal", antes do início de qualquer actividade.
>
> Agora vamos à bosta que a SIC acabou de parir, com pompa, circunstância,
> varejeiras e mau cheiro. Chama-se Rebelde Way. Cool, man! O slogan dos Morangos
> era "Geração Rebelde", mas a inspiração deve ter vindo de outro lado, de
> certeza. O que me irrita na poia da SIC é que os gajos são todos betinhos (até
> os mânfios são todos giros e cool e com uma caracterização ridícula, como se
> fossem a um baile de máscaras vestidos de agarrados ou arrumadores de carros).
> Mas depois são bué rebeldes. São bué mauzões, man! A brincar com os seus
> iPhone, com as suas roupinhas fashion, grandes vidas, mas muita mauzões.
> Se há algo que esta geração de morangada não pode ser, não tem direito a ser, é
> ser rebelde. Rebelde porquê, contra quê? Nunca houve em Portugal geração mais
> privilegiada do que a actual, à qual esses putos pertencem. Nunca qualquer puto
> teve tanta liberdade e tanta guita no bolso como esta malta. Nunca as pitas
> foram tão boas e tão disponíveis para f... com a turma inteira como agora.
> Nunca houve tamanha liberdade de mandar os pais à merda e exigir uma melhor
> mesada porque é altura dos saldos. Rebelde porquê? Em nome de quê?
>
> É claro que isto são pormenores com os quais as novelas não se deparam, nem têm
> de o fazer. O objectivo é simples: para uma geração tão privilegiada como
> aquela que é retratada, há que criar uma rebeldia fictícia, porque não é cool
> ser dondoca aos 16 anos. Mas é o que todos eles são.
>
> Há uns tempos vi, no Largo do Carmo, um bando de uns 15 putos e pitas, vestidos
> à "dread" com roupinha acabada de comprar na "Pepe Jeans".
> Um dos putos que ia à frente, não devia ter mais de 16 anos, vem a falar à
> idiota como se fosse dono da rua, saca duma lata de tinta e escrevinha qualquer
> coisa de merda na parede. Todos se riram, todos adoraram, e ele foi, durante
> cinco minutos, o maior do bairro. Não fiz nada, mas devia ter-lhe partido a
> boca toda.
> Todas as últimas gerações antes desta (incluindo a minha, a Geração Rasca, que
> se transformou na Geração Crise - bem nos lixaram com esta merda) tiveram de
> furar, de lutar, de fazer algo. Havia uma alienação mais ou menos real, que
> depois se podia traduzir nalguma forma de rebeldia. Não era o 25 de Abril como
> os nossos pais. A nossa revolução é a dos recibos verdes e da consolidação
> orçamental. Mas esta morangada sente-se, devido à merda que a televisão lhes
> serve e aos paizinhos idiotas que (não) a educaram, que é dona do mundo. Quando
> já és dono do mundo, vais revoltar-te contra quem? E por que raio haverias de o
> fazer?!
> E assim vamos nós. Com novelas de putos "rebeldes", feitas por "actores" cujo
> momento de glória é entrar numa boys band ou aparecer de cú ao léu na capa da
> FHM, ensinando a todos os outros putos que temos que ter cuidado com as drogas
> (mas todos os agarrados são limpinhos, assépticos, com os mesmos penteados
> ridículos), que a gravidez adolescente é má (mas todas as pitas querem f... à
> grande, porque são donas da sua própria vida e os pais não sabem nada, etc) e
> que, sobretudo, este mundo lhes deve alguma coisa.
> Os tomates.A mim e aos meus, o mundo deve alguma coisa. Aos que foram atrás da
> merda do canudo para trabalhar num call center, aos que se matam a trabalhar e
> são forçados a ser adultos antes do tempo. Não a esta cambada de mentecaptos.
> E depois estas séries vão retratando "problemas sociais da juventude", afagando
> a consciência de quem "escreve" aquela merda, enquanto ao mesmo tempo
> incentivam esta visão egocêntrica, egoísta e vácua desta geração acabadinha de
> sair do forno.
> Talvez eu esteja a ficar velho e a soar como o meu pai. Lamento se não é cool.
> Mas esta merda enoja-me.
>
> Ser rebelde pó ..."!
>
>
>

3 comentários:

Dalaiama disse...

Epá este texto é muito forte, é espectacular, é a verdade nua e crua! Muita gente devia ler isto.

Jpcpsilva disse...

A mais pura verdade finalmente alguem com capacidade ética pra expor os factos da sociedade
Obrigado

Mickael :D disse...

Wow, deixas-te a actualidade nua de tudo...
Boa.
xD